sábado, 22 de maio de 2010

E NÓS FALAMOS MAL DA JUSTIÇA BRASILEIRA

No dia 21 de março, na Cidade do México, na casa de uma família classe A, a mãe de Paulette (uma menininha de 4 anos, com dificuldades motora e fonética), põe a filha para dormir, como fazia todas as noites. O problema foi que ela não encontrou a filha no quarto, pela manhã. A partir disso, o caso se tornou público e inúmeros apelos foram feitos para que a menina fosse encontrada. Outdoors, faixas, cartazes, camisetas, televisão, rádio, jornal... e outros recursos, foram utilizados na busca. A polícia periciou o apartamento da família e manteve uma guarda montada em frente ao prédio desde o primeiro dia. Estiveram presentes nesta busca, até os cães farejadores. Os pais e as duas babás da menina prestaram depoimentos para auxiliarem na investigação. A mãe deu algumas entrevistas televisivas no quarto da Paulette, sentada sobre a cama da pequena.
(*uma amiga do casal, que esteve fazendo companhia à mãe nestes dias difíceis, dormiu nesta cama por duas noites – as babás arrumaram a cama)
Vários boatos acercaram os envolvidos no caso. Ex: a mãe tinha vários amantes, sendo um deles um vizinho do mesmo prédio...
No dia 31 de março, uma equipe da polícia retornou ao apartamento para realizar uma nova busca de indícios, mas acabou encontrando o corpo de Paulette. A menina morta estava sobre o estrado da própria cama, entre o colchão e a guarda da cama.
O país inteiro se comoveu, inclusive nós, os turistas. Afinal a morte de uma criança é algo forte para qualquer pessoa normal.
Durante o velório de Paulette, os pais não foram vistos juntos. Primeiro compareceu o pai e só depois que ele deixou o local, a mãe da menina se fez presente.
O caso passou de investigação de desaparecimento à investigação de homicídio. Poucos dias depois, a mãe foi detida por suspeita de envolvimento no crime. Foi submetida a diversos exames psicológicos e foi diagnosticada portadora de distúrbio de personalidade. Tão logo ela foi liberada, seu marido mudou-se para a casa de um familiar, levando consigo a outra filha do casal.
A mãe das meninas acabou entrando com uma ação junto ao ministério público, para voltar a ver a filha que o pai levou.
Nas semanas seguintes, pouco se falou no caso Paulette, pois a mídia aguardava o final do inquérito e o nome do cupado. No dia 21 de maio, passados exatamente dois meses do desaparecimento, o Procurador Geral da Justiça do Estado do México fez um pronunciamento à imprensa - o qual durou apenas 10 minutos, sem que qualquer tipo de intervenção ou perguntas pudessem ser realizadas pelos repórteres - afirmando que a morte da menor, foi um ACIDENTE.
É obvio que a opinião pública não se conforma. Nos jornais de hoje podemos ler frases como:
“El procurador es tarado. Nosotros no somos chiflados”. – O procurador é um louco. Nós não somos patetas/idiotas.
“El procurador se burla de la gente”. – O procurador debocha da população.

Para encerrar, eu digo que se depois de tudo isso o procurador voltar atrás e declarar que a pequena Paulette se suicidou, eu nem vou estranhar.
Parabéns ao Brasil pela condenação dos Nardonis.

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