sábado, 14 de agosto de 2010

ALEXANDRO


Meu aluno Alexandro é mesmo uma figura rara. Fez 17 anos na última quarta-feira e se prepara para passar oito meses no Brasil. Ele foi o meu primeiro aluno mexicano e me chama o tempo inteiro de “maestra”.
Quando eu deixei o meu trabalho na escola, pensei no quanto eu iria sentir saudades dos meus alunos. Agora que o Alexandro se vai, penso que vou sentir saudades dele também. Falando em saudades, vocês já ouviram aquela história de que só os brasileiros sentem saudades, porque a palavra saudade não existe em nenhuma outra língua? Pois isso não é verdade.
O que acontece é que a palavra saudade – da língua portuguesa – é um substantivo, enquanto que “extrañar” – em espanhol – ou “miss” – em inglês – são verbos. Mas o sentimento; esse é verdadeiramente igual.
Mas o assunto desta postagem é o Alexandro. E quero contar para vocês o quanto ele é engraçado. Faz cada pergunta, que eu tenho que rir.
Enquanto eu explico alguma coisa importante da língua portuguesa, ele parece prestar muita atenção. Então eu termino dizendo: Alguma pergunta? E ele sempre tem uma...
O problema é que a pergunta nunca tem a ver com o assunto que eu estou falando.
Sente o tipo de perguntas que ele faz:
- Maestra, que tamanho tem as formigas no Brasil?
- Maestra, pode-se tomar coca-cola pela manhã, no Brasil?
- A que horas anoitece no Brasil?
- Maestra, tua camiseta é da marca xxxxxxxxxx?
- Existem baratas no Brasil?
- Tem anacondas pelas ruas do Brasil?

Não disse que ele era uma figura rara?

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