segunda-feira, 26 de abril de 2010

GORJETA

Gorjeta aqui, só atende pelo nome de propina e é algo tão comum, que para mim, chega a ser irritante. Bem, na verdade eu já sabia que no México essa prática era forte, porque quando minha mãe e eu estivemos em Cancun, e naquele tempo eu não falava espanhol, não foi nada fácil nos livrarmos de um carregador de malas, que ficou plantado na porta do nosso quarto no hotel, querendo uma propina. Acabávamos de chegar, não tínhamos pesos mexicanos, tentei explicar isso a ele, mas o tipo dizia que aceitava dólares, mas nós só tínhamos notas grandes... Foi um parto.
Aqui funciona assim: Se vais a um restaurante, não tem os 10%, mas esperam a propina e se tu não dás, eles te marcam e te atendem mal da próxima vez. Como somos brasileiros, mais fácil fica de sermos marcados. Saindo do restaurante, propina para o guardador de carros que não é de rua, é do estacionamento do restaurante mesmo.
O Rina não se importa de pagar. Os homens são assim, não é mesmo? Mas eu gosto tanto das moedas de 10 pesos... isso é quase um dólar!!!
Aos sábados passa o lixeiro de casa em casa, recolhendo a propina. Como o Rina trabalha aos sábados pela manhã, eu simplesmente não atendi a porta por duas semanas seguidas. Resultado, sumiram com a lixeira que fica na frente da casa, e acabou saindo mais caro, porque tivemos que comprar outra.
Uma vez por semana, também passa o segurança recolhendo sua propina. E o sujeito não foi contratado por ninguém da rua, ele faz a ronda por livre e espontânea vontade.
No supermercado, as pessoas que empacotam tuas compras, não são empregados do lugar. São estudantes, que inclusive usam o uniforme da escola, ou idosos que trabalham apenas pela propina. Certa vez havia um menino que não deveria ter mais que 9 anos trabalhando em pleno domingo. Para este, eu abri o porta moedas e dei a propina sem o Rina precisar me pedir.
Goste eu; ou não, faz parte dos costumes do México e a única alternativa que me resta é aceitar e pagar a propina.

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